O... adeus!

Passaram 4 meses desde a última vez que por aqui escrevi. Não vou pedir desculpa, pois não tenho que o fazer.

Muita coisa se passou, entre elas o Natal, a passagem para um novo ano e tantos outros (e)feitos pessoais.

Tenho pensado bastante em iniciar outro blog, anónimo, uma vez que este cada vez mais me parece trazer uma bagagem bastante pesada para mim, neste momento. E sim, não vou voltar a escrever neste blog, neste sítio... por falta de vontade, pela tal bagagem. Às vezes temos mesmo que largar o que está bastante para trás.

A única coisa que ainda fica na dúvida, é se irei eliminar este blog ou se irá ficar perdido pela blogo-esfera.

Até à próxima...

Ma Vie en France - 5

[E a uma semana de estares aqui comigo, as coisas continuam a mudar por aqui.]

Pergunto-me quando é que voltarei a ter estabilidade na vida? Não faço ideia... Mas sei que me sinto pior do que quando começamos do 0 na primeira vez. Desta vez foi (re)começar do 0 num país diferente e, isso diz tudo.

As casas franceses têm todas um cheiro característico impregnado no papel de parede... Não me sinto em casa, ainda. Talvez quando cá estiveres!

Os 2 trabalhos em que me vou dividindo, nada têm a ver com o que alguma vez tinha feito. 

Trabalho para 2 empresas diferentes, mas em variados sítios durante um dia. Sou um bocado reservada e isto de andar de um lado para o outro todos os dias, não me está no sangue. Enerva-me, stressa-me, irrita-me...

Gosto de saber com o trabalho que posso contar diariamente e aqui quase todos os dias tenho modificações de agenda em cima da hora. Trabalho de 2ª a Sábado, nunca começo a semana à mesma hora... Só sei que posso contar em me levantar às 5h às 3as e 5as, às 7h ao Sábado e sei que de 2ª a 6ª termino o meu trabalho às 20h. 

Num mês já conheci cerca de 20 pessoas (?) no meu trabalho... e todos os dias é uma novidade.

Nem sequer posso ter a certeza que continue a trabalhar para uma das empresas daqui a 1 mês... e se isso acontecer, é quase voltar ao 0 de que falei ali em cima.

Não percebo o racismo destes snobs franceses para connosco portugueses... num mês, já 3 pessoas se recusaram a receber o meu trabalho, por ser portuguesa.

Em menos de 1 mês, a empresa decidiu aumentar o meu período de experiência por mais um mês... porque uma porca de merda racista pessoa foi dizer que não fiz o trabalho bem feito, quando isso não é verdade. No entanto, uma pessoa também elogiou bastante o meu trabalho e exigiu continuar a receber o meu trabalho, afirmando abandonar os serviços da empresa caso enviassem outra pessoa. Mas como sou portuguesa, a pessoa que disse mal de mim parece ter tido mais peso nessa decisão. Considero-me uma boa profissional, porque dou sempre o meu melhor fazendo sempre o trabalho correcto, mesmo não gostando muito do que faço. E depois vêm estas pessoinhas de merda com invenções e falsas esquisitices, capazes de estragar a vida a alguém.

[E isto são muitas mudanças e muito peso sobre os ombros para aguentar sozinha...]

É mais ou menos isto...

Um vazio cheio de stress...

Para quem quer transpirar um bocadinho...

Basta arranjar 3 pianos deste género, preto e que faz de espelho, cheios de marcas de mãos e dedos... e depois limpar tudo, deixando-os a brilhar novamente, apenas com um pano seco e sem qualquer tipo de produto!

Para quem quer ganhar músculo nas mãos...

e dar cabo dos pulsos.

Basta arranjar uma sala com 30 mesas brancas, distribuir um miúdo por cada mesa, dar-lhes pincéis, tintas, papéis, lápis, afias, canetas e marcadores para as mãos, deixá-los lá o dia inteiro a divertir-se... e no final do dia ir limpar as mesas todas!

Ma Vie en France - 4

Não consigo entender quem é que, nos dias de hoje, não tem telemóvel.

Compreendo certos casos, como é óbvio. Mas um casal com um filho pré-adolescente em idade escolar, que se recusa a usar telemóvel? Não entendo.

É nestas idades que acontecem mais 'acidentes', na escola, em casa, pelo caminho... Acontecendo algo, as pessoas da escola vão ligar para quem? Para onde? E se ele estiver sozinho e acontecer algo, vai ligar para onde? Para quem?

Ainda compreendia se o pai ou a mãe trabalhassem num sítio fixo, onde tivessem um telefone à mão. Mas não é caso... A mãe é auxiliar de vida ao domicílio, percorre várias casas diferentes todos os dias. O pai é electricista de frios e anda sempre para trás e para a frente.

De uma coisa não tenho dúvidas, França está num estado tecnológico atrás de Portugal, no mínimo, de uns 10 anos!

Aqui em vez de se darem coordenadas para meter no GPS, tiram-se cópias de plantas das terras.

Para quem quer ganhar músculo nos braços...

Basta arranjar uma qualquer superfície com 15m2 que tenha o chão forrado a moquette, de preferência que já tenha perto de uns 200 anos e grande parte esteja descolada, espalhar montes de agrafos e bolinhas de papel, entranhar tudo muito bem na dita moquette, pisar e repisar durante uns dias... e depois aspirar tudo!